Embaixadores da Paz do fabuloso Circo das Estrelas no picadeiro Cósmico da Vida...



Embaixadores da Paz do fabuloso Circo das Estrelas no picadeiro Cósmico da Vida...

Respeitável Público!

Doutor Cafuné,
Enfermeiro Cosquinha,
Doutora Cócegas,
Enfermeira Risadinha,
Ezpirro,
Atchu,
e muitos outros
em suas travessuras
pra te tocar, desenhar
e iluminar o peito,
e te ver com um sorriso
em Companhia da Paz...

2008

(...)

Quando o circo chegava à cidade lá estava eu me enfiando no meio do povo para ver o desfile de carros que passava. Montada a lona e começando o “maior espetáculo da Terra”, logo, logo já ia descendo das arquibancadas de madeira para ficar bem no meio, e bem pertinho de onde acontecia aquela mágica. Era o primeiro a levantar a mão, todo animado, quando os palhaços chamavam “voluntários” para participar das brincadeiras e trapalhadas ali no picadeiro.

Circo Orlando Orfei, Circo Mágico Tihany... são nomes que ficaram marcados na memória, e tantos outros circos menores não foram esquecidos tão grandes era os sorrisos que despertavam. Anos 60, menino pequeno em Belo Horizonte, lá ia eu com Tia Cocota aos espetáculos montados em frente à Igreja de São Cristovão ali no IAPI. Já “mais maior de grande”, assistia dias seguidos aos espetáculos naqueles templos da arte do encantamento que se erguiam no antigo campo de futebol do Atlético Mineiro na Av. Olegário Maciel. Tantos outros parques e circos nos bairros distantes e nas muitas cidades por onde perambulei...

Ao vivo e a cores, pela televisão ou cinema, pelos livros e principalmente pelas vias da imaginação era eu que ia ao circo, ou era o circo que vinha a mim.

As travessuras dessa trupe da “Palhazçada” vieram lá do começo dos anos 80 nas Minas Gerais, nos encontros do Cantinho da Paz com o amor da saudosa Dona Augusta, de onde íamos às periferias distantes, pobres e esquecidas da cidade de Uberlândia para levar o pão e água, do corpo e da Alma, repartir os poucos mantimentos que tirávamos do próprio bolso e do coração para abençoar os dias do próximo, do desconhecido. A “Paz, Paz de Cristo”, que cantávamos no quartinho de costura minúsculo que cheirava a perfume de rosas brancas e Luas Cheias, se agigantava nos sorrisos tímidos que recebíamos daqueles que queriam tão somente encontrar esperanças e breve lenitivo no ritmo da vida, no embalo de outras cantigas que a gente inventava para fazer daqueles momentos um oásis, ou Jardim de Luz. A gente pensava que dava algo quando éramos aqueles que realmente recebiam. Sorrisos...

Porque também éramos tão miseráveis em conhecimento nas lições daquela escola do Espírito que frequentávamos, tanto quanto era a penúria material daqueles que íamos ao encontro, o que movia nossas pequenas e sinceras vontades era apenas dar um primeiro passo em direção a uma amizade simples com todos que íamos conhecendo. Assim, íamos conhecendo a nós mesmos, também, aprendendo dia a dia cada tijolo naquela obra da construção do Reino de Deus em nossos próprios corações.

Depois, com os jovens idealistas querendo ser realizadores de sonhos, do Grupo Espírita Paulo de Tarso (GEPT) saíamos para o Hospital Universitário e seus labirintos de corredores. Isso, para levar um “coloração” de papel nas tonalidades do arco-íris como se fora um simbólico emplastro a dizer que era possível, e até fácil de acontecer, deixar o peito aberto para que alguma Luz chegasse para fazer vibrar, sobre a dor mais pungente, uma nota de Amor que despertasse outras cantigas que falassem dos caminhos de encontro consigo mesmo, com os propósitos da Vida, da cura.

Daí nasceu o “Alegrin” feito de balas de chocolate com revestimento colorido, como pílulas sem contra-indicação para todos os que estivessem sofrendo de mal estares ou melancolias de razões desconhecidas, rabugice ou mau humor generalizado. Para todos esses padecimentos, a Alegria era o melhor remédio. Tomando também da medicação que às vezes receitávamos, engrossávamos a fila de adoecidos à porta do consultório do Dr. Hansen, junto com Dr. Nelson e toda uma equipe de benfeitores do Saltimbanco da Perfeita Alegria. Aquele Menino Pobrezinho de Assis abria as portas para o serviço amoroso a todos aqueles que realmente queriam realizar o milagre da cura de todas as nossas chagas da Alma.

A única receita para alguma chama de felicidade nesse mundo parecia que íamos aprendendo pouco a pouco, quando era fácil, fácil saber de cor e salteado o que estava prescrito: “amar ao próximo como a si mesmo”...

Naquele mesmo tempo encontramos estradas que faziam chegar à Cidade da Fraternidade, a Cidade das Crianças que um dia foram abandonadas e acolhidas em lares-família para que elas também não se perdessem nos tantos caminhos das tristezas da vida. Sob o brilho de noites estreladas, avistando mil constelações lá em cima e ao nosso lado pelas árvores empipocadas de vagalumes, histórias e canções de ninar embalaram muita gente grande, meninos e meninas feitos “Pingo de Gente”, como “pedrinhas brancas no ribeirão de minha vida”.

2012

Eu mal sabia que um dia, depois daquelas montanhas, chapadas e cerrados, chegaria à beira da praia para conhecer as profundezas do mar e bater o pé no fundo, e subir nas pétalas do Lótus florescido em Luz Ciano, além da beirada Violeta na Ponte do Arco-Íris, seguir pelo Caminho das Ascensões feito de saudades, de dores e amores de mãos dadas, batendo palmas e asas como pombas anunciadoras da Paz, rumo ao Lar onde nos esperam as Sete Irmãs...

Ir... mãos...
E, mãos se tocaram e se foram em notas de Silêncio que ainda ecoam...

(...)

Pés saindo do chão...

Oliveiras... Em ramos no colo da Madona com o Menino nos braços da Mãe da Luz - Lucy - depois de dilúvios de saudades nas estradas reais transformadas dos Peabirus... Uma Horta com aromas temperando aflições de 30 anos no reerguimento do Templo Interno... Ponto de chegada, de partidas e de partos da Pachamama reatando antigos laços em Alma - Inka - com o Umbigo do Mundo... Pedras voando, se inter-conectando... Páscoa da Terceira Iniciação no Altar da Afeição com Seres Ascendidos... Boas Novas da Cruz do Sul assinalando os marcos nos caminhos de re-encontros de irmãos-amigos na re-cordação da missão do Coração da Pátria... O Mestre Ferreira forjando espadas vivas nas oficinas da carpintaria dos corpos, sentimentos e pensamentos, a cortar os fios que imobilizavam os outrora bonecos manipulados pelas tristezas... Tudo veio, tudo aconteceu, tudo passou, tudo e todos vão juntos numa grande síntese... Anjos e fadas madrinhas nos libertando da noite daquele horto doloroso do passado, agora para o perfeito movimento e fluxo da vida, da Alegria, torneiras de Luz, pias e terapias do batismo palhaçal... Tesouros do Afeto apontado para o Coração da Galáxia... Caixa de Jóias do Amor Maior que se abre para trazer a Esperança ao mundo sofrido... Canteiros em flores de Oliveiras...

(...)

E lá, lá em cima e aqui dentro, além do arco-íris, além do belo horizonte que se abria aos sentidos mais aguçados estava o Outro Jardim. E, tendo acendido o coração à beira do Grande Lago junto às outras crianças, sentamos quietos e em expectativa a contemplar as infinitas belezuras naquele Circo das Estrelas.

Já não era eu que ia ao circo, nem era o circo que vinha a mim. Eu era o circo, e o circo era eu.

Éramos o circo em pessoa, cada um daqueles meninos e meninas, mímica dos olhos num círculo de beijos e abraços, abrindo ciclo de infinitas possibilidades nesse circo dançante, sorridente, apaixonada-mente, peito batendo tambores em fanfarras de espirais entrelaçando mais e mais gentes para apenas e, e-ternuradamente ser Alegria.

Agora, outra era de milagres da energia e matéria em mimetismo maravilhabolantes de mundos e estrelas faiscando, rebolando, re-vira-volta-voltando em dança, e-macacados trapezistas nos galhos da Árvore no meio desse Outro Mundo, re-evolucionando, re-volvendo navegante noutro Tempo/Espaço nesse circo-ser-ascendente estrelado por seres-cometas riscando todas as cores da Paz em palhaçadas pelos quatro cantos dos Céus se equilibrando nos fios desenhados de galáxias. Juntos nos sorrisos e com narizes vermelhos essas crianças são todas aprendizes de enfermeiros, doutores e embaixadores da Paz nesse fabuloso Circo das Estrelas no picadeiro Cósmico da Vida que se estende ao infinito.

Respeitável público, em tão sonhada e esperada Companhia da Paz, esses estão e agora são nos Terapeutas da Alegria!

Leo Nogueira Paqonawta
24 mai2012

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